Volume 9 (2019)
Txeka kel muv – Panorama do contato linguístico cabo-verdiano-inglês e integração dos anglicismos no cabo-verdiano
Christina Märzhäuser (Universität Mannheim)
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Resumo
Esta contribuição aborda os empréstimos do inglês na
língua cabo-verdiana em diferentes épocas de contato linguístico entre estas
duas línguas. Aborda a história externa deste contato, começando com a presença
marítima de barcos ingleses na região oeste-africana no século XVII, passando
pela presença de Britânicos e
de Kroomen anglófonos em Mindelo no século
XIX dado à importância do seu porto para os barcos de vapor transatlânticos,
até aos movimentos de emigração e as comunidades crioulo-falantes em territórios
anglófonos e ao contato mediatizado do caboverdiano com o inglês hoje em dia.
Inclui também comentários meta-linguísticos sobre uso e aceitação dos
anglicismos nos diferentes contextos. Depois de algumas observações sobre
adaptação grafémica e fonético-fonologica do material lexical inglês
emprestado, analisam-se em mais detalhe a integração morfológica e
morfo-sintática destes empréstimos, e as mudanças semânticas em comparação aos
seus étimos ingleses. Está incluída uma lista de anglicismos das diferentes
descrições linguísticas, de dicionários e glossários, e empréstimos mais
recentes de canções, fontes digitais e orais.
Palavras-chave: Caboverdiano,
anglicismos, história externa de contato, integração morfológica e
morfossintática de empréstimos
Abstract
This contribution focuses on English loans in the Capeverdean language, in different periods of linguistic contact between these two languages. It addresses the external history of contact, starting with the maritime presence of English ships in the region of West Africa, in th 17th century, through the presence of British and anglophone Kroomen in Mindelo, in the 19th century, due to the importance of its harbour for transtlantic steamers, up until the emigration movements and establishment of Creole-speaking communities in anglophone territories and the current mediatised contact between Capeverdean and English. It also includes metalinguistic comments on the use and acceptance of English loans in different contexts. After some observations about the graphemic and phonetic-phonological adaptation of borrowed English lexical material, the morphological and morphosyntactic integration of these loans is analysed in detail, as well as the semantic changes with respect to their Engish etyma. A list of English loans is included, gathered from various linguistic descriptions, dictionaries, and glossaries, and of more recent loans, from songs, digital and oral sources.
Keywords: Capeverdean, English loans, external contact history, morphological and morphosyntactic integration of loans