Volume 9 (2019)
Um olhar sobre o crioulo de Cabo Verde do século XIX
através das cartas de A. J. Ribeiro a H. Schuchardt
Nélia Alexandre (Universidade de Lisboa)
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Resumo
A. J. Ribeiro, primeiro
informante cabo-verdiano de H. Schuchardt, escreve uma peça de teatro em
crioulo de Cabo Verde (CCV) - A mi
qué bóde! ‘Eu sou um valentão!’ -
que envia àquele numa das cartas que os dois homens trocaram e que fazem parte
do espólio de Hugo Schuchardt Archiv (https://schuchardt.uni-graz.at). Neste
artigo, esta pequena obra serve de ponto de partida para a discussão de dois
aspetos: (i) o facto de o CCV (variedade de Santiago) do final do século XIX
manifestar já características que registamos na sincronia atual da língua e
(ii) a crença de que o contacto com o Português, mais ou menos visível em
função do perfil do informante, sempre caracterizou o CCV.
Palavras-chave: Crioulo de Cabo Verde, cartas pessoais, contacto de línguas, diacronia,
sincronia
Resumo
A. J. Ribeiro, H. Schuchardt's first Capeverdean informant, wrote a theatre play in Capeverdean Creole (CVC) - A mi
qué bóde! ‘I am a toughie!’ - which he sends him in one of the letters the two men exchanged and which are now part of the holdings of the Hugo Schuchardt Archiv (https://schuchardt.uni-graz.at). In this article, this small work is the point of departure for the discussion of two issues: (i) the fact that late-19th century CVC (Santiago variety) already displayed features which we can observe in the current synchrony of the language, and
(ii) the claim that contact with Portuguese, more or less visible according to the profile of the informant, has always characterised CVC.
Keywords: Capeverdean Creole, personal letters, language contact, diachrony,
synchrony